Páginas

Dias chuvosos de inverno

                     
" Eram mais complicados que cubo mágico, tinham a certeza e a incerteza, possuíam um olhar triste, perdido, mas o sorriso não lhes faltavam. Vinham armazenando tanta coisa dentro de si, que já não cabiam-lhe mais, transbordava. Tinham tanto. Tanto amor, carinho, afeto, tanto nós, um no outro. Sem ninguém dizendo-lhes o que deviam fazer, só, faziam. Sem mais nem menos. Nos dias chuvosos de inverno, eram a companhia um do outro, ficavam no sofá de casa, com um cobertor e cafés á mão, abraçados a tarde inteira. E ela? Ela nem se preocupava, tinha ele ao lado dela, tinha porque tinha, sem explicações. Tinha seu colo, seu amor, seu sorriso, seus braços em torno dela, os olhos olhando fixamente a ela, a respiração ficando ofegante, e os batimentos cada vez mais lentos, por causa dela, era ele pra ela. Ambos, tendo um ao outro, esquecendo-se do tempo frio lá fora. Cansavam da rotina, da monotonia, queriam coisa nova. Eram plural, sem essas singularidades. Se perdiam, mas se achavam em cada olhar mirado um no outro. Não gostavam de lembrar do passado, queriam o presente e o futuro, e se possível, juntos. Só queriam terem-se inteiramente, eternamente, sem intervalos de tempo, e sem divisões. Lembravam-se das primeiras conversas, sem saber que ali surgiria algo que até mesmo eles, desconheciam. Tinham-se, e como dizem “amavam-se de corpo e alma.”     

Nenhum comentário:

Postar um comentário